quarta-feira, 11 de junho de 2014

Fio dental

Fio dental                             
                                                                                                                                                                                                                      O fio dental é um importante item utilizado na higiene bucal e deve ser utilizado no mínimo uma vez por dia. O uso da escova de dentes, por mais eficiente que seja, não consegue remover os resíduos depositados nas áreas entre os dentes, e isso só é alcançado com a utilização do fio ou fita dental. Usados de maneira adequada, o fio dental remove grande parte da placa bacteriana presente abaixo e acima da gengiva (biofilme sub e supra-gengival).

O uso do fio ou fita dentários é recomendado pode ser utilizado tanto antes como após a escovagem.

O mercado, atualmente, oferece uma grande variedade de marcas de fios/fitas dentários, inclusive alguns que contêm flúor.

É importante que o tipo escolhido passe entre os dentes com suavidade e sem desfiar, penetrando na gengiva de forma delicada. A cada espaço entre dois dentes, é recomendado o uso de um novo pedaço limpo do fio ou fita.

Escova dental elétrica


Escova de dentes elétrica.

Escova dental elétrica é uma escova de dentes que usa energia elétrica para mover a porção das cerdas, normalmente em um movimento oscilante, apesar de escovas elétricas serem frequentemente chamadas de escovas rotativas.

Em cerca de 1800, nos Estados Unidos da América, o Dr. George A. Scott alegou ter inventado uma escova de dentes elétrica. No entanto, ao contrário das atuais escovas, as do Dr. Scott simplesmente criavam forte corrente elétrica através das cerdas para quem a utilizava. O choque foi aparentemente uma forma de "promover a boa saúde".

Vários estudam constatam que a maioria das escovas elétricas não são mais eficazes que as manuais.A exceção são os modelos de "rotatividade-oscilante", incluindo muitas das escovas eléctricas fabricadas pela Braun e Oral-B série,3 4 5 mas ainda assim, esta escova efetua apenas limpeza marginalmente melhor do que uma escova manual é utilizada é de uma importância maior do que a escolha da escova. Para alguns pacientes com destreza manual limitada no entanto, dentistas vêem nas elétricas uma alternativa favorável.

Cálculo dental

Cálculo ou tártaro, em odontologia, é o resultado da mineralização da placa bacteriana ou biofilme maduro.

Após aproximadamente 21 dias, caso o biofilme bacteriano não seja removido, há o estabelecimento de uma comunidade estável de bactérias. O cálculo então forma-se a partir da mineralização da placa, com a participação da saliva que contém íons de cálcio, e do dente, de onde a placa retira cálcio e fosfato pela queda do pH.

Os depósitos de cálculo tem sido relatados em animais livres de qualquer bactéria (animais "germ-free"), e podem ser o resultado da calcificação de proteínas salivares na superfície do dente.

O cálculo dental está associado às doenças periodontais, fato considerado tanto por autores antigos, quanto pelos modernos. Apesar do cálculo não ter um efeito traumático direto sobre os tecidos periodontrais, como se acreditava anteriormente, ele funciona como um fator que propicia o acúmulo de placa bacteriana (fator primário no desenvolvimento das doenças periodontais).

Cálculo supragengival :
É clinicamente visível coronal à margem gengival. A presença e a quantidade do cálculo supragengival é o resultado do nível de depósitos bacterianos nos dentes, mas também são influenciados pela secreção da glândula salivar. Como resultado, a maior quantidade da placa supragengival é normalmente encontrada nas superfícies vestibulares dos molares maxilares adjacentes ao ducto da glândula parótida nas superfícies linguais dos dentes mandibulares anteriores, que estão espostos ao ducto das glândulas submandibulares.

Cálculo subgengival:
Forma-se apicalmente à margem gengival, e não é normalmente visível. Pode ser detectado pela exploração tátil com a sonda periodontal ou um explorador fino, e é normalmente evidente por sua superfície áspera. Se a margem gengival for retraída por um jato de ar ou por algum instrumento dental, o cálculo subgengival pode ser evidente e precisamente apical à junção esmalte-cemento.
Exemplo de cálculo dental em um molar
O cálculo dental pode ser visto ao longo da linha da gengiva.

Enxaguante bucal


Enxaguante bucal damarca Colgate Plax.

Antisséptico bucal, elixir bucal, colutório, enxaguatório ou ainda enxague bucal são líquidos utilizados para realizar a higiene da cavidade oral.

O seu uso diário pode evitar diversos problemas, como cáries, formação de placa bacteriana, mau hálito e gengivite, entre outros. Alguns produtos usam doses extras de flúor e/ou contêm agentes branqueadores dos dentes em sua composição. Há produtos que contêm álcool e outros que não. O uso prolongado dos antissépticos bucais que possuem álcool em sua fórmula podem agredir a mucosa, causando uma descamação, afeta também as papilas linguais, interferindo assim na função gustativa e pode também interferir na coloração do elemento dental.

A cavidade bucal é um ambiente ideal para o crescimento de microrganismos, tendo sido identificadas em torno de 500 espécies bacterianas, com características morfológicas e bioquímicas distintas. Em termos quantitativos, é estimado que mL de saliva tem uma contagem bacteriana na faixa de 108 a 10 9 microrganismos, enquanto a placa dental na gengiva cervical pode conter uma população bacteriana de aproximadamente 100 bilhões de microrganismos.

Periodontite

Periodontite ou popularmente piorréia é um grupo de doenças inflamatórias que afetam os tecidos periodontais(periodontium), como por exemplo os tecidos que envolvem e fixam o dente a cavidade bucal. A periodontite consiste em uma perda progressiva do osso alveolar em volta do dente, junto com uma resposta imunológica do hospedeiro contra os micro-organismos presente na região sub-gengival. O diagnóstico da periodontite é feito com a inserção de uma sonda no sulco gengival ( exame clínico) e com o raio-X retirado do paciente que é usado para determinar a perda óssea ao redor do dente.Os especialistas no tratamento da periodontite são os periodontistas.

Patologia bucal

A patologia bucal é uma especialidade da odontologia que se interessa pelo estudo da etiologia e da história natural das doenças que acometem o complexo bucomaxilofacial. Por meio de técnicas de histoquímica e imunoistoquímica, principalmente, as doenças são diagnosticadas em ambiente laboratorial. O tratamento cirúrgico adequado pode ser conduzido por equipe de cirurgia bucomaxilofacial e/ou cirurgia de cabeça e pescoço, dependendo de cada caso.

Inúmeras são as doenças que se manifestam na cavidade bucal. A etiologia das doenças do complexo bucomaxilofacial pode ser:

Infecciosa (vírus, bactérias, fungos, protozoários),
Neoplásica (neoplasias benignas ou malignas),
Por injúrias teciduais (físicas, químicas),
Imunológicas ou auto-imunes (processos alérgicos e auto-imunes),
outras.
Uma vez que as doenças podem interessar vários órgãos ou estruturas, o cirurgião dentista, especialista em patologia bucal, tem um importante papel no diagnóstico e tratamento de uma grande gama de pacientes. A inter-relação com outras especialidades da saúde é uma marca da boa prática profissional. Assim sendo o patologista bucal pode se relacionar com variadas áreas da saúde: dentistas (estomatologistas, cirurgiões bucomaxilofaciais, entre outros), bioquímicos e médicos (patologistas, cirurgiões, dermatologistas, radiologistas, entre outros).

A carreira de patologista bucal pode ser trilhada por meio de especialização ou, academicamente, por meio de mestrado e doutorado. Os títulos acadêmicos permitem ao profissional lecionar sobre o conteúdo da patologia bucal e patologia geral, além de desenvolvimento de pesquisas relevantes à área.

Mucocele

Mucocele
Lesão no lábio inferior

A localização mais comum para se encontrar uma mucocele é a superfície do lábio inferior. Também pode ser encontrado no revestimento interno da bochecha, no ventre da língua e no assoalho da boca. Quando encontrada no assoalho da boca, a mucocele é conhecida como rânula. São raramente encontradas no lábio superior.
Mucocele é nome dado a uma lesão cística benigna (normalmente contendo saliva em seu interior), assintomática e causada pelo rompimento do ducto de glândulas salivares menores da cavidade bucal. Geralmente é causado por um trauma local. É de cor azulada, sendo geralmente encontrada mais em crianças e adultos jovens.
O tamanho das mucoceles variam de 1 mm a vários centímetros. A sua duração pode ser de dias a anos, e pode ocorrer inchaço recorrente com ocasional ruptura de seus conteúdos.

Lâmina histológica mostrando o extravasamento seroso característico 
Microscopicamente, as mucoceles apresentam-se como um tecido de granulação envolvendo mucina. Como a inflamação ocorre concomitantemente, neutrófilos e histiócitos geralmente estão presentes.Algumas mucoceles resolvem-se espontaneamente após um curto período. Outras são crônicas e exigem remoção cirúrgica total ou marsuapialização (remoção do teto da lesão). Pode ocorrer recidiva, sendo necessário, nestes casos, a remoção de glândula salivar adjacente como medida preventiva.

A gengivite

Gengivite
Gengivite severa antes do tratamento na imagem de cima e depois do tratamento pordebridamento mecânico na imagem de baixo
A gengivite é uma inflamação que ocorre na gengiva, decorrente da falta de uma boa higienização. Causada pela irritação provocada pela placa bacteriana, sua principal característica é a alteração da coloração da gengiva. De um vermelho claro e brilhoso, a gengiva adquire a coloração avermelhada intensa e sem brilho. Outras características são a sensibilidade mais intensa na gengiva e o seu sangramento.
gengivite é a doença periodontal mais comum, estando associada à presença de placa bacteriana na região da margem gengival. Sondando-se o sulco gengival, este não deve ter mais que 3mm. Quando a inflamação avança (profundidade de sondagem >3mm), atingindo osso, A gengivite, aparentemente, sofreu um declínio dos anos 60 a meados dos anos 70 com a metade dos adultos com idades entre 18 e 79 anos apresentando-se sem nenhuma doença e apenas aproximadamente 25% exibindo gengivite em 1974. Esta estimativa, entretanto, é obtida de um levantamento em grupos representativos, que mostra que qualquer pessoa situada no momento entre os 25% da população exibe sinais visíveis de gengivite. A percentagem da população que experimenta alguma gengivite transitória, uma inflamação crônica de baixo nível, em um período de um ano, seria mais alta. A mais provável explicação para a diminuição na gengivite é que os níveis gerais de higiene oral da população têm melhorado nos últimos 30 anos. Os estudos mais recentes continuam mostrando que a gengivite é altamente prevalente nos Estados Unidos. 
Classificação de tipos de Gengivite:     
                                                                                                                                                                  Gengivite relacionada à placa bacteriana
Gengivite ulcerativa necrosante (GUN)
Gengivite influenciada por hormônios
Gengivite influenciada por medicamentos

Odontologia: Cárie dentária

cárie dentária pode ser definida como uma destruição localizada dos tecidos dentais causada pela ação das bactérias. Adesmineralização dos tecidos dentais (esmaltedentina ou cemento) é causada por ácidos, especialmente o ácido lático, produzido pela fermentação bacteriana dos carboidratos da dieta, geralmente a sacarose. A baixa do pH ocasiona dissolução do esmalte e transporte do cálcio e fosfato para o meio ambiente bucal.C
Cárie dentária atingindo a raiz do dente.
Cárie é uma doença transmissível e infecciosa de origem bacteriana. As bactérias que se encontram normalmente na boca transformam os restos de alguns alimentos em ácidos; tais ácidos, (lático, acético, butírico, propiônico, etc) formados por um processo de fermentação, atacam os tecidos mineralizados do dente.
Sua ação se dá através da degradação de açúcares e sua transformação em ácidos que corroem a porção mineralizada dos dentes. O flúor juntamente com o cálcio e um açúcar, chamado xilitol agem inibindo esse processo, contudo o flúor deve ser usado com moderação, devido a sua alta toxicidade. Além disso, quando não se escovam os dentes corretamente e neles acumulam-se restos de alimentos, as bactérias que vivem na boca aderem-se aos dentes, formando a placa bacteriana ou biofilme. Na placa, elas transformam o açúcar dos restos de alimentos em ácido, que por sua vez corrói o esmalte do dente formando uma cavidade, que é a cárie propriamente dita. Vale lembrar que a placa bacteriana se forma mesmo na ausência de ingestão de carboidratos fermentáveis, pois as bactérias possuem polissacarídeo intracelulares de reserva.
Do ponto de vista anatômico e microbiológico, existem vários tipos diferentes de cáries:
  • cáries em depressão e fissura,
  • cárie de superfície lisa,
  • cárie da raiz e
  • cáries na dentina profunda.

O processo de destruição do dente envolve dissolução da fase mineral, que consiste principalmente em cristais de hidroxiapatita, por ácidos orgânicos produzidos pela fermentação bacteriana.

Ameloblastoma

Ameloblastoma é o tumor odontogênico de maior significado clínico. Sua freqüência é relativamente igual À de todos os outros tumores odontogênicos ,excluindo osodontomas. Os ameloblastomas são tumores que se originam do epitélio odontogênico. Teoricamente, podem-se originar de remanescentes celulares do órgão do esmalte, do revestimento epitelial de cisto odontogênico ou das células da camada basal da mucosa oral.
Os ameloblastomas ocorrem em três diferentes situações clinicorradiográficas, que merecem considerações em separado por causa do tratamento e prognóstico diferentes. São:

Ameloblastoma intra-ósseo multicístico

No ameloblastoma intra-ósseo multicístico ou sólido convencional as lesões são, em geral, localizadas na mandíbula, principalmente na região de molares.

Ameloblastoma unicístico

A maioria é observada na mandíbula, principalmente na região posterior e associada à coroa de um dente incluso.

Ameloblastoma periférico

Tipo incomum, compondo cerca de 1% dos ameloblastomas.

Odontologia Legal

A Odontologia Legal é a especialidade da Odontologia que busca pesquisar fenômenos físicos, químicos e biológicos que podem ter atingido o homem vivo, morto ou sua ossada, além de vestígios e fragmentos que possam ter causado lesões parciais ou totais, sejam estas reversíveis ou não. Através da análise da arcada dentária e dos dentes, pode-se obter informações relevantes na solução de problemas de cunho criminológico. As técnicas de DNA garantiram melhoras no trabalho do odontolegista, pois mesmo em casos onde os vestígios humanos se tornam escassos, os dentes tendem a resistir às mais extremas situações, pois se tratam das peças mais resistentes do corpo humano.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial

Problemas nos músculos mandibulares e nas articulações da mandíbula (ATMs) podem causar dores associadas a face, pescoço, tecidos da cabeça e estruturas da cavidade oral, além de dores de ouvido e de cabeça. Estes casos são conhecidos como Desordens Temporomandibulares (DTMs) e ainda não se tem conhecimento total sobre suas causas. As DTMs podem ser classificadas em: Dor Miogênica, a mais comum delas, causa desconforto nos músculos mastigatórios; Desarranjos Internos da ATM, presença de disco articular mal posicionado ou lesão articular; Doenças Degenerativas da ATM, como osteoartrite ou artrite reumatóide das ATMs. Ressalva-se que um único paciente poderá apresentar mais de uma das formas de DTMs.

Cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial

Cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial é a especialidade da odontologia que trata cirurgicamente politraumatismos e malformações de ossos da face, doenças da cavidade oral e de estruturas anexas a ela, aferindo funcionalidade e estética às estruturas que porventura tenham sido afetadas por cortes, fraturas ou lacerações, tais como boca, língua, lábios, olhos, pálpebras, nariz, dentes e ossos maxilares.

A Odontologia

A Odontologia ou medicina dentária é a área da saúde humana que estuda e trata o sistema estomatognático - compreende a facepescoço e cavidade bucal, abrangendo ossos, musculatura mastigatória, articulaçõesdentes e tecidos. Em Portugal, a Medicina Dentária é um segmento independente, tal como no Brasil é a Odontologia. Cirurgião-Dentista é a denominação dada a estes profissionais no Brasil; em Portugal, os licenciados em Medicina Dentária designam-se Médicos Dentistas. Por saúde oral, entende-se a ausência de doença estomatológica, bem como a correcta função, estabilidade e até mesmo estética de todo o sistema estomatognático. É hoje certo e sabido que a saúde oral tem sérias implicações na saúde humana, sendo as duas indissociáveis.
A formação inclui disciplinas das áreas de saúde e ciências biológicas, como anatomia, patologia, fisiologia, histologia, microbiologia,imunologia e bioquímica. As matérias profissionalizantes incluem radiologia, materiais dentários, dentística, endodontia, periodontia,cirurgia bucomaxilofacial, próteses, odontopediatria e ortodontia. No segundo ano o aluno começa a treinar restaurações e demais procedimentos em aulas práticas de laboratório, utilizando um manequim odontológico. A partir do terceiro ano o aluno passa a atender pacientes na clínica da faculdade. O curso dura em média 5 anos, chegando a 6 em algumas faculdades. É obrigatória a apresentação de um trabalho de conclusão de curso.
Em cada um dos campos de ação da Odontologia, desde a clínica geral à reabilitação oral, podem ser identificadas tarefas de distintos níveis de complexidade. No setor industrial, por exemplo, são muito aplicadas as técnicas de "análise ocupacional" pelas quais uma determinada atividade ou ocupação é fracionada em seus módulos de conhecimentos, permitindo que os considerados como de maior simplicidade sejam executados por pessoal com preparo elementar ou básico, e os mais complexos caibam a profissionais de alto nível de formação, que evidentemente são mais caros para a empresa.
Respeitadas as peculiaridades do trabalho em saúde, não há porque deixar de aplicar a análise ocupacional, com objetivo de estender a cobertura populacional, ao labor em Odontologia e ao campo da saúde em geral.
Uma vez identificadas as tarefas por seu nível de complexidade, cada uma deve ser atribuída a pessoa com o correspondente nível de formação técnica. Quando isso não é feito, dois resultados podem ser inevitáveis:
1.   uma redução nas possibilidades de acesso aos serviços disponíveis, devido ao encarecimento da atividade;
2.   uma perda de qualidade nos serviços prestados, devido à inadequação entre o tipo de recurso humano utilizado e o tipo de tarefa que lhe foi dada.
É um erro colocar um profissional com um elevado padrão científico, adquirido em sofisticadas Universidades, para efetuar ações de baixo requerimento tecnológico. O exemplo mais comum, no campo odontológico, é o das restaurações dentárias nos programas de atenção a escolares primários: na sua maioria de referem a cavidades simples, constituindo-se em atividade essencialmente mecânica que exige esforço mental mediano para sua realização. Para efetuar uma boa restauração classe I ou II com amálgama,resina ou silicato, os requisitos fundamentais são três: destreza manual, prática constante e capacidade de discernimento para equacionar situações de dificuldade momentânea, sabendo quando referir o paciente. quando esta tarefa se repete de maneira continuada, reduzem-se ao mínimo as oportunidades de inovações ou variação, fazendo-a monótona para um cirurgião-dentista que só se satisfaz realmente com trabalhos de maior densidade tecnológica, compatíveis com sua formação universitária. Em consequência, pode perder o interesse pelo que faz, tornando-a muito difícil evitar que o seu desempenho baixe de qualidade1 .
==Mercado de trabalho A odontologia vem sofrendo, desde as últimas décadas, forte retração, consubstanciando uma drástica queda na procura pelos seus serviços, mormente no setor privado. Na verdade, não existe nenhuma congruência na formação de recursos humanos nesse setor,em relação a colocação da mão-de -obra odontológica no Brasil. O que existe , de fato, é um enorme abismo entre a grande massa de jovens recém formados e o mercado de trabalho. No País, não há mais a necessidade de formação de profissionais de odontologia, apesar da paradoxal necessidade de significativa parte da população carente desses serviços. A solução é criar vagas no setor público para promover uma odontologia de qualidade, abrangendo todas as suas ramificaçações, principalmente a preventiva.
O mercado de trabalho em Odontologia para um determinado país, região ou localidade, é função do modelo de prestação de serviços; dos padrões epidemiológicos, culturais e econômicos da população; do crescimento da oferta de mão-de-obra e da própria estrutura profissional.
Em áreas com alta prevalência de doenças bucais sem tratamento, caso típico da maioria dos países em desenvolvimento , há, em princípio, um amplo mercado de trabalho à disposição tanto dos cirurgiões-dentistas como do pessoal técnico e auxiliar que atua ou deseja atuar no setor. Paradoxalmente, porém, não é incomum ouvir falar de "pletora profissional" (excesso de cirurgiões-dentistas) e até mesmo de desemprego nestas mesmas regiões. Isso significa que, por um lado, devido à forma de organização dos serviços uma grande parte da população não tem acesso a eles, seja por não dispor de recursos financeiros para custeá-los, seja porque o Estado os oferta em volume insuficiente; e por outro lado, algumas pessoas que têm acesso e podem pagar não os utiliza em função de aspectos comportamentais ou educacionais.
O mercado de trabalho torna-se, portanto, dependente em maior proporção de fatores extraodontológicos ligados notadamente à estrutura sócio-econômica e de organização da sociedade. A concentração de profissionais nas grandes cidades e nas áreas com melhores níveis de renda é um fenômeno virtualmente universal que se agodiza nos países onde a concepção econômica se dá de maneira mais indisciplinada e de forma particular em tempos de escassez.