A Odontologia ou medicina dentária é a área da saúde humana que
estuda e trata o sistema estomatognático - compreende a face, pescoço e cavidade bucal,
abrangendo ossos,
musculatura mastigatória, articulações, dentes e
tecidos. Em Portugal, a Medicina Dentária é um segmento independente, tal como
no Brasil é a Odontologia. Cirurgião-Dentista é a denominação dada a estes
profissionais no Brasil; em Portugal, os licenciados em Medicina Dentária
designam-se Médicos Dentistas. Por saúde oral, entende-se a ausência de doença
estomatológica, bem como a correcta função, estabilidade e até mesmo estética
de todo o sistema estomatognático. É hoje certo e sabido que a saúde oral tem
sérias implicações na saúde humana, sendo as duas indissociáveis.
A formação inclui disciplinas das áreas de saúde e ciências biológicas,
como anatomia, patologia, fisiologia, histologia, microbiologia,imunologia e bioquímica.
As matérias profissionalizantes incluem radiologia, materiais
dentários, dentística, endodontia, periodontia,cirurgia
bucomaxilofacial, próteses, odontopediatria e ortodontia.
No segundo ano o aluno começa a treinar restaurações e demais procedimentos em
aulas práticas de laboratório, utilizando um manequim odontológico. A partir do
terceiro ano o aluno passa a atender pacientes na clínica da faculdade. O curso
dura em média 5 anos, chegando a 6 em algumas faculdades. É obrigatória a
apresentação de um trabalho de conclusão de curso.
Em cada um dos campos de ação da Odontologia, desde a clínica geral à
reabilitação oral, podem ser identificadas tarefas de distintos níveis de
complexidade. No setor industrial, por exemplo, são muito aplicadas as técnicas
de "análise ocupacional" pelas quais uma determinada atividade ou
ocupação é fracionada em seus módulos de conhecimentos, permitindo que os
considerados como de maior simplicidade sejam executados por pessoal com
preparo elementar ou básico, e os mais complexos caibam a profissionais de alto
nível de formação, que evidentemente são mais caros para a empresa.
Respeitadas as peculiaridades do trabalho em saúde, não há porque deixar
de aplicar a análise ocupacional, com objetivo de estender a cobertura
populacional, ao labor em Odontologia e ao campo da saúde em geral.
Uma vez identificadas as tarefas por seu nível de complexidade, cada uma
deve ser atribuída a pessoa com o correspondente nível de formação técnica.
Quando isso não é feito, dois resultados podem ser inevitáveis:
1. uma redução nas
possibilidades de acesso aos serviços disponíveis, devido ao encarecimento da
atividade;
2. uma perda de
qualidade nos serviços prestados, devido à inadequação entre o tipo de recurso
humano utilizado e o tipo de tarefa que lhe foi dada.
É um erro colocar um profissional com um elevado padrão científico,
adquirido em sofisticadas Universidades, para efetuar ações de baixo
requerimento tecnológico. O exemplo mais comum, no campo odontológico, é o das
restaurações dentárias nos programas de atenção a escolares primários: na sua
maioria de referem a cavidades simples, constituindo-se em atividade
essencialmente mecânica que exige esforço mental mediano para sua realização.
Para efetuar uma boa restauração classe I ou II
com amálgama,resina ou silicato, os requisitos fundamentais são
três: destreza manual, prática constante e capacidade de discernimento para
equacionar situações de dificuldade momentânea, sabendo quando referir o
paciente. quando esta tarefa se repete de maneira continuada, reduzem-se ao
mínimo as oportunidades de inovações ou variação, fazendo-a monótona para um
cirurgião-dentista que só se satisfaz realmente com trabalhos de maior
densidade tecnológica, compatíveis com sua formação universitária. Em
consequência, pode perder o interesse pelo que faz, tornando-a muito difícil evitar
que o seu desempenho baixe de qualidade1 .
==Mercado de trabalho A odontologia vem sofrendo, desde as últimas
décadas, forte retração, consubstanciando uma drástica queda na procura pelos
seus serviços, mormente no setor privado. Na verdade, não existe nenhuma
congruência na formação de recursos humanos nesse setor,em relação a colocação
da mão-de -obra odontológica no Brasil. O que existe , de fato, é um enorme
abismo entre a grande massa de jovens recém formados e o mercado de trabalho.
No País, não há mais a necessidade de formação de profissionais de odontologia,
apesar da paradoxal necessidade de significativa parte da população carente
desses serviços. A solução é criar vagas no setor público para promover uma
odontologia de qualidade, abrangendo todas as suas ramificaçações,
principalmente a preventiva.
O mercado de trabalho em Odontologia para um determinado país, região ou
localidade, é função do modelo de prestação de serviços; dos padrões
epidemiológicos, culturais e econômicos da população; do crescimento da oferta
de mão-de-obra e da própria estrutura profissional.
Em áreas com alta prevalência de doenças bucais sem tratamento, caso
típico da maioria dos países em desenvolvimento , há, em princípio,
um amplo mercado de trabalho à disposição tanto dos cirurgiões-dentistas como
do pessoal técnico e auxiliar que atua ou deseja atuar no setor.
Paradoxalmente, porém, não é incomum ouvir falar de "pletora profissional"
(excesso de cirurgiões-dentistas) e até mesmo de desemprego nestas mesmas
regiões. Isso significa que, por um lado, devido à forma de organização dos
serviços uma grande parte da população não tem acesso a eles, seja por não
dispor de recursos financeiros para custeá-los, seja porque o Estado os oferta
em volume insuficiente; e por outro lado, algumas pessoas que têm acesso e
podem pagar não os utiliza em função de aspectos comportamentais ou
educacionais.
O mercado de trabalho torna-se, portanto, dependente em maior proporção
de fatores extraodontológicos ligados notadamente à estrutura sócio-econômica e
de organização da sociedade. A concentração de profissionais nas grandes
cidades e nas áreas com melhores níveis de renda é um fenômeno virtualmente
universal que se agodiza nos países onde a concepção econômica se dá de maneira
mais indisciplinada e de forma particular em tempos de escassez.
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