domingo, 5 de abril de 2015

Dentes Superiores: Anatomia



A anatomia dos terceiros molares superiores é bastante irregular
A anatomia dos terceiros molares superiores é bastante irregular
Incisivos superiores 

Os incisivos centrais e laterais superiores apresentam anatomia bastante simples. 
Os incisivos centrais superiores podem apresentar curvatura de suas raízes para a vestibular, 
esse fato não é detectado na radiografia ortorradial e, consequentemente, deve-se tomar 
radiografias em várias angulações. Esses dentes só oferecem dificuldades na localização de seus
 canais caso estes estejam bastante atresiados. 

Os incisivos laterais superiores apresentam curvatura das raízes para a distal, geralmente 
apresentam-se unirradiculados, mas foram relatados casos de incisivos laterais superiores
 com duas raízes. Podemos citar anomalias de desenvolvimento vistas nesses dentes como
 Dens invaginatus, Cúspide Talão, radicular grooves (depressão radicular) e dentes com
 coroas cônicas. 

O Dens invaginatus também é conhecido como Dens in dente, podendo ocorrer em qualquer um. 
Mas a sua maior incidência ocorre nos incisivos laterais superiores. Normalmente, esses dentes
 podem apresentar-se coniformes (peg shape). 

Existem três tipos de Dens invaginatus, de acordo com a classificação de Oehler (1957): 

1. Tipo I -
 a invaginação do esmalte está circunscrita à área da coroa dental (não oferece dificuldade 
ao tratamento endodôntico, uma vez que a invaginação é pequena e está situada na coroa dental).
2. Tipo II - a invaginação do esmalte estende-se até o terço médio da raiz, terminando em um saco 
cego (oferece certa dificuldade ao tratamento endodôntico, uma vez que se faz necessária a remoção
 da invaginação do esmalte do interior do canal radicular).
3. Tipo III - a invaginação do esmalte estende-se até a região apical do dente, de modo a formar
 diversos forames apicais (oferece dificuldade ao tratamento endodôntico, pois deve ser 
complementado com retro obturação).

Outra anomalia que tanto pode ocorrer no incisivo central como no lateral superior é Dens Evaginatus
 ou Cúspide Talão, que consiste na evaginação da área do cíngulo desses dentes, promovendo uma
 cúspide extra. Esta presença da cúspide extra nos incisivos superiores pode causar problemas de 
estética e cárie, em virtude da dificuldade de higienização, trauma de oclusão e, ainda, irritação
 traumática da língua durante o ato mastigatório. 

O incisivo lateral superior pode apresentar uma anomalia de difícil diagnóstico, que é a presença da 
depressão radicular (radicular grooves), e está na maioria das vezes presente na lingual dos incisivos 
laterais, na área do cíngulo, estendendo-se para a raiz, podendo parar em diferentes pontos da região
 radicular. A presença desta depressão radicular pode constituir em uma via de penetração de
 microrganismos, que alimenta de modo definitivo um problema periodontal. Um diagnóstico dessa 
anomalia deve ser feito precocemente, pois é importante. O paciente deve ser orientado para 
higienizar seus dentes de modo a evitar a instalação de uma bolsa periodontal.

Caninos superiores 

Esses dentes apresentam canais com dimensões maiores no sentido vestibulolingual do que no 
sentido mesiodistal. Eles podem apresentar comprimento muito longo, em média 25.5 mm, 
variando de 20 mm até 32 mm. Os caninos apresentam curvaturas de suas raízes, que podem 
ser em muitos casos curvaturas bastante acentuadas. 

Para detectar a direção da curvatura das raízes deve-se tirar radiografias em diferentes angulações. 
Se por um acaso a curvatura apical da raiz mover em direção oposta à movimentação do cone
 de raio-X, a curvatura estará para a vestibular, caso a curvatura mova-se na mesma direção que
 o cone de raio-X, a raiz apresenta curvatura para a lingual. Os caninos superiores podem apresentar
 Dens Invaginatus Tipo III, com tratamento por retro-obturação, e um Dens Invaginatus Tipo III em 
dente extraído. 

Pré-molares superiores

A) Primeiro Pré-Molar Superior 


Normalmente esses dentes são birradiculares, sendo uma raiz localizada na vestibular e outra
 na lingual. Quando esses dentes apresentam-se com raiz única, normalmente há dois canais: 
um na vestibular e o outro na lingual, que podem terminar em um único forame ou em dois forames
 distintos. Os pré-molares birradiculados podem apresentar as suas raízes terminando em uma ponta 
bem fina, especialmente a raiz vestibular.

B) Segundo Pré-Molar Superior 


Esses dentes apresentam-se 90% das vezes com uma única raiz, mas somente poucos se 
apresentam com um único canal. Todas as observações que foram relatadas sobre os primeiros 
pré-molares superiores devem ser notadas nos segundos pré-molares superiores. 

Molares superiores


A) Primeiro Molar Superior 

Inúmeras observações têm demonstrado a alta incidência de dois canais na raiz mesiovestibular.
 O primeiro molar superior deve ser encarado como um dente que apresenta, normalmente, quatro 
canais, que podem estar distribuídos do seguinte modo: um canal na raiz vestibulodistal, um canal na
 raiz palatina e dois canais na raiz vestibulomesial. 

A presença de dois canais na raiz vestibulomesial é bem alta. O canal principal dessa raiz é mais
 amplo que o segundo, que normalmente está localizado mais para a porção lingual da raiz
 vestibulomesial. A presença de um sulco no assoalho pulpar, saindo do canal principal, é um forte 
indicativo da presença do segundo canal nesta raiz. 

B) Segundo Molar Superior 

Esses dentes apresentam variação no número de raízes. Eles podem apresentar duas,
 três e até mesmo quatro raízes. Dens invaginatus podem ser encontrados nos segundos molares
 superiores (Costa et al., 1990). 

C) Terceiros Molares Superiores 

A sua anatomia é bastante irregular. Podem apresentar-se como um molar comum, assim como
 anatomia completamente irregular.


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